Arquivo da categoria: Redação Publicitária

Entrevista com Maria Eduarda Buarque – Redatora da RGA Comunicação

A Redatora Maria Eduarda contou com a ajuda da Coordenadora de Criação Flávia Marques para responder as perguntas.

Maria Eduarda - Redatora

Flavia marques - Coordenadora de Criação

1 – Qual foi a evolução do texto publicitário nos últimos anos?

Olha,  os novos meios vêm reinventando os formatos da propaganda, no geral. Não existe mais texto separado de arte, na nossa opinião. Está tudo junto, em todo lugar. Nos meios convencionais, no celular, na internet.

As pessoas têm mais pressa em entender a mensagem. E a propaganda acaba com menos tempo para fazer-se ver, fazer-se lembrar. Daí surge a necessidade de gerar conteúdo, em vez da propaganda pura.

2 – Qual é o panorama atual da redação publicitária (no Brasil e no mundo)?

Por causa dos festivais internacionais,  os títulos foram perdendo espaço para conceitos mais resumidos, mais fáceis de serem traduzidos para um público mais amplo e sem as barreiras culturais que algumas piadas, por exemplo, impõem.

  O que é uma pena pois já foi feita muita boa propaganda tendo como suporte principal apenas o texto.

Agora as palavras o voltam a ganhar destaque com a ascensão das mídias sociais.

 3 – Os novos formatos de publicidade alteraram a forma. Como o texto publicitário é desenvolvido?

Conteúdo. Essa é a palavra de ordem. A propaganda passou a se misturar a todo tipo de informação absorvida pelo consumidor. Moda, arte, cinema, as próprias novelas, programas, aplicativos etc. Tudo virou meio para chegar até o público.

4 – Qual a relação existente entre os meios digitais e o texto publicitário?

A forma como o texto é escrito nos meios digitais faz toda a diferença, pois quanto mais atrativo for, mais chance tem de se destacar em meio ao turbilhão de informações da internet.

5 – Como se relacionam as mídias sociais e a redação de conteúdo?

É importante que o conteúdo seja realmente de interesse do público- alvo, com uma frequência razoável e que os posts gerem interatividade de fato, para os consumidores não se sentirem falando com um robô, com uma marca que não se relaciona de verdade com o seu público.

6 – Big idea (para você):

Aquela que faz os outros quererem ter pensado antes de mim.

7 – Quais são suas expectativas para o futuro da redação publicitária?

É complicado esperar alguma coisa específica. Tudo se transforma tão rápido que, quando vê, a gente já está se reinventando de novo. Mas, no geral, acho que os dispositivos móveis estão acelerando uma corrida em direção ao consumidor. É um caminho mais curto para chegarmos até ele. Seja através da Internet, do iPad ou de um concurso do Instagram, por exemplo. Estamos, como marcas, participando mais diretamente da vida do nosso público.

Peças do portifólio da Redatora:

Equipe: Fernanda Baggio, Regiane Tangerino e Stephanie Demantova

Entrevista com Gica Trierweiler Yabu – Redatora da Bullet

Nome: Gica Trierweiler Yabu

Idade: 26

Agência: Bullet

Cargo: Redatora

 

 

1. Como você explicaria a evolução do texto publicitário? Para você qual foi o grande momento desta evolução e por quê?

Essa mutação aconteceu várias vezes. Houve a época em que poetas e artistas faziam chamadas engraçadas, depois todo anúncio vinha com um rodapé e toda um explicativo do produto. Então fomos para a era sintética dos splashes, dos atritubos e chegamos no consumidor. Em algum momento os publicitários perceberam que os produtos viraram comodities e que ganhava quem pudesse “agregar valor”. Esse foi o momento decisivo, onde se abriu uma porta para o diálogo com as pessoas (o que foi acentuado pela explosão dos blogs e redes sociais). Daí para os discursos miguxos de marca foi um pulinho (o que faz você feliz? Sua qualidade de vida em primeiro lugar, etc). Em paralelo, a propaganda non sense fazia e continua fazendo a gente feliz (vai me dizer que você não adora os pôneis malditos?). O que percebo hoje é a predominância dos conceitos de planejamento. Pode parecer racismo, eu sei, mas é verdade. A graça acabou, o que importa é comunicar os atritubos e o posicionamento “único” do produto. Como exemplo cito a campanha de Halls XS que diz: celebre seus pequenos momentos de heroísmo. Chato, né?

2.Atualmente, qual é o panorama da redação publicitária?

Pelo o que tenho visto, os redatores estão precisando abrir espaço para esses posicionamentos malucos. Usando o exemplo de Halls: me fala quem pensa em heroísmo quando chupa bala? Acho que a coisa está tomando rumos estranhos. Pode ser uma opinião isolada, mas prefiro mil vezes algo que vá direto ao ponto como o próprio pônei maldito. Pode ser doido, mas todo mundo entendeu: seu carro precisa de potência, tenha cavalos ao invés de pôneis.

3.Os novos formatos de comunicação, como internet e mobile, alteraram a forma do texto publicitário?

Lógico. Cada plataforma serve para um tipo de mensagem. A Microsoft acabou de fazer um estudo chamado “Meet the Screens” que foi apresentado lá no Festival de Cannes. Lá eles falam que televisão, computador, tablet e celular servem para coisas absurdamente diferentes e que os conteúdos DEVEM ser adaptados. Enquanto a televisão é sinônimo de descontração e relaxamento, o computador ensina e compartilha o que se aprende com os outros, o celular é o que anda sempre com a gente e resolve nossa vida e a tablet é um mago que me traz conveniência e status.

 4.De que forma é utilizado o texto publicitário nos meios digitais? A maneira de persuadir nesses meios difere dos meios mais convencionais?

Muitos anunciantes apenas adapatam anúncios para banners de internet. Isso é uma pena porque em digital seu ponto de partida PRECISA ser a interatividade, a criação coletiva. Pense que você está falando com seu amigos, atualizando seu facebook. Você tem coisas muito mais legais para fazer na internet do que ficar clicando em banners chatos e sites coxinha. Por que não ampliar os pontos de contato com o consumidor e abrir possibilidades de diálogo? É isso que as pessoas esperam das marcas em ambiente digital.

 5. Como você avalia a redação de conteúdo nas mídias sociais?

Acho que temos profissionais muito bons fazendo isso no Brasil. É uma leva de gente jovem, nativa do meio digital, que vem adaptando o que as agências de propaganda criam para os meios offline  na maioria das vezes ou criando novos conceitos quando pertinente.

6. Na sua opinião, como deve ser o processo para chegar no Big Idea?

Essa é a pergunta de um milhão de dólares, né? Aqui na Bullet a gente avalia o contexto social da marca, o comportamento do consumidor, o range de canais que temos para falar com ele, a relação que ele tem com a marca e, a partir daí, surge o insight. Lapidando dali e daqui, temos nossa one shot idea.

7. Como você vê a redação publicitária no futuro? O que será tendência?

Em primeiro lugar, vale dizer que o redator anda em desuso. Me refiro ao redator old school, que chega na agência para fazer títulos de anúncio e filmes para tv. Como as agências têm oferecido cada vez mais soluções integradas aos seus clientes, essa postura multidisciplinar é requerida aos profissionais. O meu caso, por exemplo: sou redatora, fui planejamento, criei um dos primeiros blogs do país. O redator do futuro é assim: ele comunica informações, desejos e loucurinhas ao target na plataforma que for. A redação publicitária do futuro é tudo e qualquer coisa, uma mistura de plataformas e formatos, com discursos para todos os gostos.

 

Peça Criativa:

Welcome Kit – Cliente: BMW Motorrad Brasil

Entrada e espera na visitação ao barco do Arctic Sunrise – Cliente: Greenpeace

Promocional – Cliente: Nokia & Grupo Pão de Açúcar

http://verdevelma.carbonmade.com/projects/2931531

 

Equipe: Jessica Poletto Cabral, Natasha Costa, Neila Leonço, Thais Tulio e Felipe Thiesen (manhã)

Entrevista com Carolina Maria Maresti Cavallari – Redatora da agência Media Factory

1. Como se deu a evolução do texto publicitário?

Há alguns anos, quando a propaganda começou a ser importante no processo de venda de produtos, o objetivo da comunicação escrita, nas publicidades, era apenas informar características do produtos. Isso porque a concorrência era pequena e o foco era o produto. Hoje, com a mudança do foco de venda para as necessidades e sentimentos do consumidor, o texto publicitário ganhou um novo objetivo: interessar o consumidor. Para isso é preciso entender quais os interesses deles, qual a melhor maneira de passar a mensagem de modo que marque quem a recebe, como escrever um texto que toque quem o lê ou o escuta.

2. Hoje em dia como é feita/pensada a redação do texto publicitário?

Com o foco no cliente, suas necessidades, interesses e sentimentos, o texto publicitário deve ser produzido primeiro com uma linguagem compatível a do público receptor. A linguagem faz toda a diferença na compreensão e na afinidade que uma empresa deve criar com o seu consumidor. O segundo ponto a ser pensado é o tema que será abordado no texto, mensagem. No caso do ambiente on line, essa etapa é ainda mais importante, pois você deve escrever para o interesse do público. Por exemplo, para a consumidora de tratamentos estéticos, por que não dar dicas de estética, engajando o tema a sua empresa. Toda mulher gosta desse tipo de abordagem e, na certa, isso vai chamar a atenção da sua cliente.

3. Os novos formatos de publicidade alteraram a forma como o texto publicitário é desenvolvido?

Sim. Hoje em dia, o texto deve ser escrito com a preocupação de passar mais que uma mensagem publicitária, deve passar uma essência. O consumidor não tem mais paciência de parar para ler descrição de produtos, por exemplo. O objetivo agora é conversar com o cliente, levando-o a ser um aliado, “amigo” da sua empresa.

4. O meio digital alterou a forma da redação publicitária? Como?

Com certeza. O meio digital tornou a redação publicitária mais versátil e menos dura. Com a internet é possível conversar com o público e não apenas informar o público.

5. Quais aspectos são necessários considerar na redação de um conteúdo para mídias sociais?
Primeiro é necessário considerar o objetivo do trabalho em redes: vender ou criar relacionamento. O mais comum, hoje, é utilizar as redes sociais para construir um vínculo com o consumidor. Após definir o objetivo, é preciso desenvolver uma linguagem específica para o seu tipo de público. Uma loja de roupas, que fala com jovens, não pode querer apenas vender as suas peças na internet. Ela deve desenvolver conteúdo com uma linguagem de converse com o público. Por último é necessário considerar e encontrar o conteúdo ideal para o consumidor da empresa. Um público de loja de roupas jovens, por exemplo, gosta de tendências, dicas de balada, dicas de comportamento. Encontrar esse ponto comum entre a empresa e o consumidor faz com que este, se aproxime da sua marca, pois ela fala do que ele gosta, como ele gosta.

6. Como se tem o insight, a big ideia para a redação de uma campanha?

O insight não é uma coisa que vem de repente, na grande maioria dos casos. É necessário ir atrás de referências para fazer direito. O que está sendo feito pelos concorrentes e até por empresas de segmentos diferentes é muito importante para que você crie suas ideia. Além disso, pesquisar o mundo do seu público é muito importante, pois você descobre exatamente como fazer e agradar. Juntando esses elementos, as ideias aparecem como consequência, pois você tem disponível uma base de dados que suporta suas ideias.

7. Quais são as tendências para a redação publicitária no futuro? O que pode vir a mudar?
Acho que cada vez mais as mensagens serão voltadas para o relacionamento com o público. Com a ascensão da internet e das redes sociais, os textos serão mais interativos, agregando a opinião e a participação do público que se interessa pela empresa. A redação vai ter que tocar, cada dia mais, o coração dos consumidores, sendo compatível com seus gostos, com suas vontades e com seus ideais. Não vai bastar apenas informar, por exemplo.

 
8. Como a equipe de redação procede numa campanha publicitária?

No caso de uma agência online, por exemplo, a equipe de redação fica totalmente responsável pelo conteúdo gerado para uma empresa. Por isso, todos os componentes da equipe de redação devem se envolver no universo dos clientes para quem escrevem, de modo a adquirir habilidades para responder por ele. Na criação dos textos, é necessário entender como conversar com o público a quem deseja atingir. Definido e dominado isso, é a hora de começar a produção. Textos para blogs, Twitter e Facebook são produzidos, com referências da rede, ou até mesmo, de profissionais entendedores de determinado assunto abordado (entrevistas). Esses textos são levados ao cliente, que faz as mudanças que julga necessárias para que o texto fique ideal. Quando existe uma campanha isolada e única, a equipe inteira de redatores se junta para fazer uma reunião de ideias. O resultado dessa reunião são as ideias fechadas, para dar início a produção de textos, seguindo os processos citados acima.

 

EQUIPE: Cíntia, Marcela, Roberta, Thaise.

Redator – Fabio Saboya Redator – Fábio

  • Deu aulas particulares de francês aos 12 anos;
  •  Auxiliar de almoxarifado e programador de softwares aos 16;
  •  Gerente de comprar aos 18;
  • Diretor de marketing e finanças aos 21;

Universidade de São Paulo – Comunicação Social

  • Redator da DDB Needham; Ghirotti e Upgrade;
  •  Redator da Talent Biz e Talent;
  •  Diretor de criação na DM9DDB;
  •  Diretor de criação no Brasil para Nokia junto a Wieden+Kennedy de Londres;
  • Diretor de criação na W/Brasil e, depois, W/Mccann;

Como você vê a evolução do texto publicitário?

Não há dúvidas que a Publicidade mudou e muito nos últimos anos. Com a evolução da internet e das mídias sociais, o público tem hoje um papel influenciador como nunca antes. Não só a redação publicitária com a comunicação como um todo precisa estar atenta à isso. Se antes a Publicidade tinha um papel de emissor da mensagem, hoje ela precisa manter um diálogo aberto com o público.

Analise os novos formatos e estratégias.

Eu acredito que o grande desafio da redação publicitária atualmente é conseguir ser ao mesmo tempo pertinente e engajadora, em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais bombardeadas por informação que vem de todas as formas. Os novos formatos e estratégias são mais uma forma de se diferenciar, em um mundo onde tanta informação passa desapercebida pela gente.

A relação entre os meios digitais e o texto publicitário.

No meio digital, a redação publicitária precisa ser, ao mesmo tempo, objetiva e personalizada. Objetiva no sentido no sentido de clareza e pertinência, e personalizada, pois o público dos meios digitais procura uma comunicação quase que customizada, que fale diretamente com ele e mais importante, que mexa com suas percepções e desejos.

Big Ideas. O que isso te remete?

Acredito que uma grande ideia será sempre uma grande ideia. Na minha opinião, uma Big Ideia tem a capacidade de ser até mais forte nos dias de hoje, graças a globalização e a capacidade de viralização que a internet proporciona. Uma grande ideia que é bem aceita pelo público, logo se espalha pela web e pode chegar aos quatro cantos do mundo, pois as próprias pessoas se encarregam de espalhar essa ideia. Um exemplo disso são os comerciais no Youtube, que atingem milhões de visualizações em dias e são veiculado em sites, blogs e redes sociais, muitas vezes sem investimento algum em mídia.

O que você acha importante na relação empresa – consumidor?

A evolução do texto publicitário afeta a relação empresa-consumidor no sentido de que a empresa não pode mais se dar ao luxo de não ouvir o que o consumidor tem a dizer. A redação publicitária tem o papel de criar e estimular o diálogo entre pessoas e marcas. E as marcas que não estiverem preparadas para esse diálogo, para ouvir o que seu consumidor tem a dizer e se adaptar à esse novo contexto, estão com os dias contados.

Qual é o futuro da redação publicitária e seu espaço no mercado?

Acredito que não só a redação, mas a comunicação como um todo precisa se adaptar à essa nova realidade. O mundo mudou, a relação entre as pessoas e as marcas deixou de ser apenas comercial. Hoje as marcas precisam estar inseridas no cotidiano das pessoas. A redação publicitária do futuro está muito mais voltada a proporcionar às pessoas um conteúdo relevante e personalizado, do que apenas comunicar benefícios e atributos de uma determinada marca.

  • PORTIFÓLIO
Direção de Arte e Redação
Redação

http://www.welovead.com/en/works/details/290zgrvB

Direção de Arte e Redação

http://www.youtube.com/watch?v=CaiLPAPoXGY

Criação

 

 

Postado por: Jéssica C. Tisse e Julliana Deon

Raphael Barreto – Agência DPZ

Raphael Barreto trabalha atualmente com planejamento estratégico na DPZ. Já trabalhou no Loducca.
É formado na Universidade Presbiteriana Mackenzie e nasceu em 3 de fevereiro de 1980.

Entrevista :

1 – Em sua opinião, você acredita que o texto publicitário teve uma grande evolução?

Sim e não. Depende do espectro de comparação. Quando você vai para os anos 50 e 60, a diferença é gritante. Já nos últimos 20 anos, não vejo muita diferença. O texto em si não evoluiu muito, mas talvez as ideias tenham ficado menos literais. por assim dizer. O uso da metáfora extrapolou o pragmatismo. Uma ótima linha do tempo – que tem bastante documentação organizada – é Volkswagen. É possível acompanhar com certa facilidade como as coisas mudaram do ponto de vista de texto, principalmente. 
Em suma, creio que hoje ele seja menos ingênuo por conta do consumidor ter ficado menos ingênuo e mais exigente. Ah, e claro, o politicamente correto também alterou as bases de argumentação na redação publicitária para sempre. Você pode encantar e persuadir, mas não deve chegar ao ponto de enganar. Alguém ai já viu recentemente um papai noel fumando ou uma criança comendo uma caixa inteira de Sucrilhos pra despertar o tigre?
 

2 – Qual o panorama atual da redação publicitária?

A redação em si não é mais o ponto focal. O ponto focal é a ideia. Uma peça publicitária dos anos 60, 70 e 80 tinha no texto, muitas vezes, o eixo de argumentação. Não era incomum textos “all type”. Hoje, o texto é suporte ou secundário, na maioria das vezes. Mesmo assim, claro, é possível ver títulos muito bons ainda hoje.
 
 
3 – As novas mídias, formatos diferenciados de publicidade alteram a forma como o texto publicitário é desenvolvido?

Sem dúvida. Como disse, o texto publicitário em si não é tão fundamental como ele era antigamente. O exercício criativo está muito mais em criar grandes ideias do que grandes textos. É possível ver grandes ideias por aí manifestadas visualmente ou em plataformas de comunicação que não “precisam” de textos argumentativos fortes. Já diria McLuhan: o meio é a mensagem. Mas evidente: um grande texto ajuda muito.
 

4 – Em relação aos blogs, acredita que essa nova mídia utilizada pela publicidade tenha uma influência tão impactante quanto às redes sociais mais conhecidas, como facebook e twitter, sobre os consumidores?

Depende da ideia. Isso não é um padrão. Se a ideia é baseada numa ação de twitter, será o twitter – como a Twelp Force, da Best Buy. Será o Facebook, se a ideia for o Facebook Sacrifice, do Burger King. Ou ainda será um blog, por meio de ações de influência.
 

5 – Quais as cinco peças publicitária que você considera as melhores que já fez?

Eu não diria que são peças. Novamente, como planejador estratégico, não me importa o formato, mas sim se a ideia foi materializada nos lugares certos, respeitando as características de cada mídia. Um case que me orgulho muito é o reposicionamento recente da Nextel, a campanha Bem-Vindo ao Clube. Outra, é a campanha do Quer Ser Sócio? para a Bolsa de Valores (BM&F Bovespa), bem multi-plataforma. Teve uma bem legal para o Peugeot 206 1.4 Flex, em 2005 – uma campanha que recrutava as pessoas a abandonarem a “lógica 1.0” para migrarem para um motor com mais torque (a Peugeot ia abandonar a motorização 1.0). Um bem recente, ainda embrionário, é para Itaú Social, onde queremos engajar as pessoas a participarem, junto com o banco, em ações para melhorar a educação no Brasil. O conceito baseia-se numa verdade simples: ler para uma criança estimula seu desenvolvimento cognitivo. O mote da campanha: Ler para uma criança muda sua história. A lógica: o Itaú Social doa os livros, mas precisa que as pessoas (os pais, primariamente) leiam com seus filhos para que os livros “funcionem”.

6 – Em sua opinião, qual a tendência publicitária para os próximos anos?

O mundo vem se acostumando com a ideia das “novas” mídias integradas as “velhas” mídias. Está cada vez mais natural o raciocínio não ser baseado mídia, mas na capacidade de engajamento. Já se entende que um viral pode ser incrível, mas não constrói nada sozinho. Isso é de uma ingenuidade que se dilui no mercado rapidamente.
 

7 – A publicidade está migrando dos meios offline para os meios online ou, em sua opinião, sempre haverá um equilíbrio na sua distribuição?

Na minha opinião, isso é irrelevante. Por quê? Os meios vão se transformando. Só isso. Um jornal deixa de ser um jornal se ele estiver sendo lido num tablet. Não acho. A pergunta importante é em entender como fazer as pessoas – com cada vez menos tempo – se engajar na sua mensagem em detrimento do seu concorrente.

8 – Você acredita que o CONAR (Conselho de Auto-regulamentação Publicitária) com todas as suas regras e normas, prejudica o processo criativo? Já aconteceu algum caso parecido em sua carreira profissional?

Em hipótese alguma. Acho muito importante o papel do CONAR – a publicidade se tornou mais responsável, no final das contas. O que eventualmente acontece é o exagero do moralismo de alguns. Todavia, o CONAR se mostra um órgão sóbrio e correto e não arbitra cegamente os processos. Não existe o “reclamou, tirou do ar”. Fiz uma campanha este ano que foi acionada no CONAR: o reposicionamento da Bombril. A Bombril tornou-se “os produtos que evoluíram com as mulheres”, num claro gesto de valorizar nossa consumidora – que não é mais a Amélia, mas por outro lado, entende que homens são homens e mulheres são mulheres (ela não precisa mais se masculinizar para ter direitos iguais, ela pode ser ela mesma). Afinal, homem é tosco mesmo. Preguiçoso. Passa a tarde inteira lavando um carro, mas tem preguiça de perder meia hora lavando a louça. A tarde inteira pilotando um churrasco, mas foge das panelas. Isso é verdade? Claro que é, generalizando. Os filmes retratam essa guerra dos sexos com um humor nada moralista, mas que ri de nós mesmos, da nossa sociedade, do jeito que a gente é. Se o Zorra Total pode fazer, porque a Bombril não poderia? Pasmem: um monte de homens “protestaram” no CONAR. E ganhamos. Seguimos adiante com a campanha sem nenhum outro problema – e, aliás, com resultados positivos históricos.

Equipe: Ana Gabriella Silva, Bruna Serves, Isabela Santos Lima e Tatiane Lopes

Fernando Campos – Redator da agência Santa Clara

Quem é Fernando Campos?

Aos 42 anos, é um dos redatores mais premiados do Brasil nos últimos 5 anos.

Dentre as diversas premiações, destacam-se os 3 Leões (2 em filmes) conquistados no Festival de Cannes, prêmios no One Show, festivais de Nova York e Londres, Clio Awards, FIAP, Clube de Criação de São Paulo, Festival da ABP.

Indicado para o Prêmio Caboré de Profissional de Criação do Ano (2004).

Foi presidente do CCRJ (Clube de Criação do RJ) de 2001 a 2003.

Antes de fundar a Santa Clara há um ano, Fernando era diretor de criação da Giovanni, FCB São Paulo.Trabalhou com marcas como Intelig, Coca-Cola, Nestlé, Kaiser, Fiat, Walt Disney Company, Submarino, Ceras Johnson, Kraft Foods, BMW do Brasil, Neosaldina, Samsung, Bristol-Myers Squibb, Columbia Buena Vista, Procter&Gamble, entre outras.

Nestes primeiros anos da Santa Clara, Fernando e sua equipe conquistaram prêmios importantes, como um Lápis do One Show (o único do Brasil em 2007), 2 Leões de Bronze em Cannes, Prêmio de Mídia do Estadão, três estrelas do CCSP, Prêmio Melhor do Rio, Effie Awards, ouro no Prêmio de Criatividade em Rádio (GPR), 9 troféus no El Ojo (melhor agência local em 2008), e foi a única agência brasileira a conquistar um Tercer Ojo, o equivalente ao Titanium do El Ojo de Iberoamerica.

Fernando foi recentemente apontado pelo Meio & Mensagem como uma das 5 novas lideranças da indústria publicitárias brasileira, em pesquisa feita junto aos profissionais do mercado.

Atualmente é vice-presidente do CCSP, Clube de Criação de São Paulo.

 

Entrevista

1 – Como consta no seu currículo, você é um dos redatores mais premiados do Brasil nos últimos cinco anos. Pedimos que nos conte um pouco da sua trajetória. Como surgiu a vontade de trabalhar com publicidade, como começou, por onde passou até a fundação da Santa Clara e como você se sente agora após o reconhecimento do seu trabalho, não só por causa dos prêmios que recebeu, mas pelo mercado de trabalho.

R: Meu primeiro ano de carreira, ainda como estagiário, foi o ano do Plano Collor. As agências estavam demitindo mais de 2/3 de suas equipes, verbas cortadas, dinheiro retido no banco. Neste cenário aprendi desde o início o valor da idéia e do comprometimento da agência com o negócio e o risco do cliente. Acho que cresci rápido e amadureci rapidamente como profissional por ter tido a sorte de ter iniciado a carreira num momento de tanta adversidade. A Santa Clara, ainda nascida já num Brasil estável e em crescimento aparentemente sustentado, reflete muito dessa preocupação de ser uma agência que participa DE FATO do negócio do cliente.

2 – Quais são os principais clientes da Santa Clara?

R: Neosaldina, Nebacetin, 3 Corações, Qualicorp, Panasonic, Grupo Boticário, Ibmec, entre outros.

3 – Falando agora especificamente do texto publicitário, como você vê o panorama atual da redação publicitária? Comente também sobre sua evolução, na sua opinião ela evolui por conta própria ou vai apenas se adaptando ao que a sociedade exige?

R: A redação obviamente evolui com o tempo. O que não quer dizer que passaremos a escrever em linguagem de sms. Sempre haverá espaço para contar grandes e boas histórias, isso é atávico no ser humano. O mundo não se resume aos 140 caracteres do twitter.

4 – Já que o assunto é evolução do texto publicitário, não podemos deixar de falar dos Meios Digitais. Qual é a sua visão sobre esse meio? Atualmente, ele continua pouco ou mal explorado? Você considera que os novos formatos de publicidade alteram a forma como o texto publicitário é desenvolvido?

R: Como disse anteriormente, me preocupa mais a história do que o meio escolhido para contá-la. É isso que torna as mensagens memoráveis. Obviamente a vocação de cada meio deve ser respeitada (e portanto conhecida pelos redatores) para que a mensagem seja corretamente absorvida. Mas tecnologia precisa ser meio, e não fim. Essa, acredite, ainda é e seguirá sendo uma profissão da área de Humanas.

5 – As Mídias Sociais com certeza merecem uma pergunta a parte. O mercado publicitário brasileiro já aprendeu a lidar com a redação de conteúdo que esse meio aparentemente exige? A abordagem ao cliente nas redes sociais tem de ser diferente das demais (tanto ON quanto OFF)? Por quê?

R: Antigamente nosso trabalho terminava quando a cópia do comercial ia pra emissora ou o fotolito seguia para a revista/jornal. Hoje a brincadeira começa no primeiro dia em que a campanha (com seu mix de meios) vai pra rua. Porque é neste dia que o consumidor vai comentar, alterar, dialogar com ela. Essa é a diferença primordial. Antes, monologávamos. Hoje, precisamos dialogar suavemente e fluentemente com o consumidor.

6 – E agora, diante de tanta novidade o que podemos esperar pela frente? Quais serão as tendências da publicidade? As inovações continuarão apenas para o online ou o offline também pode surpreender?

R: Sempre haverá evolução, em todos os meios e plataformas. Vou insistir na importância de contarmos histórias LEGÍTIMAS e RELEVANTES para o consumidor.

7 – Você já recebeu vários prêmios, pedimos que você comente sobre um em especial, o BIG IDEA CHAIR. Qual a sua opinião sobre ele?

R: Acho interessante por desformatar o meio na qual uma idéia é concebida. Vale qualquer meio e principalmente vale a mistura sinérgica deles.

8 – Para um futuro redator, qual é a melhor região do Brasil para aprender, explorar e crescer profissionalmente? Falando de Curitiba especificamente, qual seu posicionamento sobre o crescimento dessa área?

R: Sem demagogia nenhuma, o Brasil é riquíssimo culturalmente, e tenho visto grandes redatores vindos de Curitiba, Porto Alegre, Recife, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, cada um trazendo sua bagagem cultural e nesta diversidade está a chave do sucesso. Aqui na agência a Criação tem gente de tudo quanto é canto, e isso é muito bom para o trabalho.

9 – É essencial na nossa área, estar antenado com todas as novidades no mundo. Comente algo do seu dia a dia, o que você faz para manter-se atualizado? Seja na área da comunicação ou não. Costuma freqüentar blogs, sites? Ler jornais ou revistas? Quais?

R: Leio muito, on e off-line. Não costumo ler tanto sobre publicidade, notícias do meio, etc. Vou mais para história, arte, cinema, pra mim funciona melhor como oxigenação e inspiração. Mas cada um tem seu próprio jeito de se alimentar culturalmente, claro.

10 – Para finalizar, temos muito o que aprender com profissionais como você. No geral o que aprendemos nas universidades, é a publicidade teórica e querendo ou não, estamos defasados do que realmente está acontecendo no mercado publicitário. Que sugestões podemos receber para estarmos atualizados e preparados para esse mercado que evolui a todo instante?

R: Você tem razão, e isso é grave. A Universidade tem que ir ao mercado e tentar atrair o mercado para dentro dela, seja com eventos, fanpages, cursos a distância, workshops, o que for possível. Essa é uma profissão sem regras muito rígidas quanto à técnica, portanto quanto mais profissionais você conhecer melhor.

Alguns trabalhos

Comercial NEOSALDINA

Comercial KUAT

 

Equipe:

José Antonio Martinez

Gabriel Sotto Belo

Andre Nader Schuze

Que deselegante.

Sem vergonha na cara nenhuma e pegando carona no post anterior, venho falar do mundo mágico dos “memes”.

Memes são aquelas modas repentinas que surgem na Internet e viralizam como se não houvesse o amanhã.  Elas se popularizam tão rápido e são recriadas tantas vezes que acabam perdendo a graça em um piscar de olhos também.

Recentemente tivemos o “Selo Sandra Annenberg de Deselegância” gerado pelo comentário da jornalista no vídeo do post anterior.

Mas o legal mesmo é o Kia Soul copiando usando como referência a “loucura” da Internet no seu comercial.

Aos poucos a modernidade vem chegando nas telas da tv no meio desse povo, como vemos diáriamente em Malhação Conectados.

“Do caralho isso aí.”

José Antonio Martinez