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Fernando Campos – Redator da agência Santa Clara

Quem é Fernando Campos?

Aos 42 anos, é um dos redatores mais premiados do Brasil nos últimos 5 anos.

Dentre as diversas premiações, destacam-se os 3 Leões (2 em filmes) conquistados no Festival de Cannes, prêmios no One Show, festivais de Nova York e Londres, Clio Awards, FIAP, Clube de Criação de São Paulo, Festival da ABP.

Indicado para o Prêmio Caboré de Profissional de Criação do Ano (2004).

Foi presidente do CCRJ (Clube de Criação do RJ) de 2001 a 2003.

Antes de fundar a Santa Clara há um ano, Fernando era diretor de criação da Giovanni, FCB São Paulo.Trabalhou com marcas como Intelig, Coca-Cola, Nestlé, Kaiser, Fiat, Walt Disney Company, Submarino, Ceras Johnson, Kraft Foods, BMW do Brasil, Neosaldina, Samsung, Bristol-Myers Squibb, Columbia Buena Vista, Procter&Gamble, entre outras.

Nestes primeiros anos da Santa Clara, Fernando e sua equipe conquistaram prêmios importantes, como um Lápis do One Show (o único do Brasil em 2007), 2 Leões de Bronze em Cannes, Prêmio de Mídia do Estadão, três estrelas do CCSP, Prêmio Melhor do Rio, Effie Awards, ouro no Prêmio de Criatividade em Rádio (GPR), 9 troféus no El Ojo (melhor agência local em 2008), e foi a única agência brasileira a conquistar um Tercer Ojo, o equivalente ao Titanium do El Ojo de Iberoamerica.

Fernando foi recentemente apontado pelo Meio & Mensagem como uma das 5 novas lideranças da indústria publicitárias brasileira, em pesquisa feita junto aos profissionais do mercado.

Atualmente é vice-presidente do CCSP, Clube de Criação de São Paulo.

 

Entrevista

1 – Como consta no seu currículo, você é um dos redatores mais premiados do Brasil nos últimos cinco anos. Pedimos que nos conte um pouco da sua trajetória. Como surgiu a vontade de trabalhar com publicidade, como começou, por onde passou até a fundação da Santa Clara e como você se sente agora após o reconhecimento do seu trabalho, não só por causa dos prêmios que recebeu, mas pelo mercado de trabalho.

R: Meu primeiro ano de carreira, ainda como estagiário, foi o ano do Plano Collor. As agências estavam demitindo mais de 2/3 de suas equipes, verbas cortadas, dinheiro retido no banco. Neste cenário aprendi desde o início o valor da idéia e do comprometimento da agência com o negócio e o risco do cliente. Acho que cresci rápido e amadureci rapidamente como profissional por ter tido a sorte de ter iniciado a carreira num momento de tanta adversidade. A Santa Clara, ainda nascida já num Brasil estável e em crescimento aparentemente sustentado, reflete muito dessa preocupação de ser uma agência que participa DE FATO do negócio do cliente.

2 – Quais são os principais clientes da Santa Clara?

R: Neosaldina, Nebacetin, 3 Corações, Qualicorp, Panasonic, Grupo Boticário, Ibmec, entre outros.

3 – Falando agora especificamente do texto publicitário, como você vê o panorama atual da redação publicitária? Comente também sobre sua evolução, na sua opinião ela evolui por conta própria ou vai apenas se adaptando ao que a sociedade exige?

R: A redação obviamente evolui com o tempo. O que não quer dizer que passaremos a escrever em linguagem de sms. Sempre haverá espaço para contar grandes e boas histórias, isso é atávico no ser humano. O mundo não se resume aos 140 caracteres do twitter.

4 – Já que o assunto é evolução do texto publicitário, não podemos deixar de falar dos Meios Digitais. Qual é a sua visão sobre esse meio? Atualmente, ele continua pouco ou mal explorado? Você considera que os novos formatos de publicidade alteram a forma como o texto publicitário é desenvolvido?

R: Como disse anteriormente, me preocupa mais a história do que o meio escolhido para contá-la. É isso que torna as mensagens memoráveis. Obviamente a vocação de cada meio deve ser respeitada (e portanto conhecida pelos redatores) para que a mensagem seja corretamente absorvida. Mas tecnologia precisa ser meio, e não fim. Essa, acredite, ainda é e seguirá sendo uma profissão da área de Humanas.

5 – As Mídias Sociais com certeza merecem uma pergunta a parte. O mercado publicitário brasileiro já aprendeu a lidar com a redação de conteúdo que esse meio aparentemente exige? A abordagem ao cliente nas redes sociais tem de ser diferente das demais (tanto ON quanto OFF)? Por quê?

R: Antigamente nosso trabalho terminava quando a cópia do comercial ia pra emissora ou o fotolito seguia para a revista/jornal. Hoje a brincadeira começa no primeiro dia em que a campanha (com seu mix de meios) vai pra rua. Porque é neste dia que o consumidor vai comentar, alterar, dialogar com ela. Essa é a diferença primordial. Antes, monologávamos. Hoje, precisamos dialogar suavemente e fluentemente com o consumidor.

6 – E agora, diante de tanta novidade o que podemos esperar pela frente? Quais serão as tendências da publicidade? As inovações continuarão apenas para o online ou o offline também pode surpreender?

R: Sempre haverá evolução, em todos os meios e plataformas. Vou insistir na importância de contarmos histórias LEGÍTIMAS e RELEVANTES para o consumidor.

7 – Você já recebeu vários prêmios, pedimos que você comente sobre um em especial, o BIG IDEA CHAIR. Qual a sua opinião sobre ele?

R: Acho interessante por desformatar o meio na qual uma idéia é concebida. Vale qualquer meio e principalmente vale a mistura sinérgica deles.

8 – Para um futuro redator, qual é a melhor região do Brasil para aprender, explorar e crescer profissionalmente? Falando de Curitiba especificamente, qual seu posicionamento sobre o crescimento dessa área?

R: Sem demagogia nenhuma, o Brasil é riquíssimo culturalmente, e tenho visto grandes redatores vindos de Curitiba, Porto Alegre, Recife, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, cada um trazendo sua bagagem cultural e nesta diversidade está a chave do sucesso. Aqui na agência a Criação tem gente de tudo quanto é canto, e isso é muito bom para o trabalho.

9 – É essencial na nossa área, estar antenado com todas as novidades no mundo. Comente algo do seu dia a dia, o que você faz para manter-se atualizado? Seja na área da comunicação ou não. Costuma freqüentar blogs, sites? Ler jornais ou revistas? Quais?

R: Leio muito, on e off-line. Não costumo ler tanto sobre publicidade, notícias do meio, etc. Vou mais para história, arte, cinema, pra mim funciona melhor como oxigenação e inspiração. Mas cada um tem seu próprio jeito de se alimentar culturalmente, claro.

10 – Para finalizar, temos muito o que aprender com profissionais como você. No geral o que aprendemos nas universidades, é a publicidade teórica e querendo ou não, estamos defasados do que realmente está acontecendo no mercado publicitário. Que sugestões podemos receber para estarmos atualizados e preparados para esse mercado que evolui a todo instante?

R: Você tem razão, e isso é grave. A Universidade tem que ir ao mercado e tentar atrair o mercado para dentro dela, seja com eventos, fanpages, cursos a distância, workshops, o que for possível. Essa é uma profissão sem regras muito rígidas quanto à técnica, portanto quanto mais profissionais você conhecer melhor.

Alguns trabalhos

Comercial NEOSALDINA

Comercial KUAT

 

Equipe:

José Antonio Martinez

Gabriel Sotto Belo

Andre Nader Schuze